segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Doctor Who… what? No, when. -q

Gente.

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Quando eu resolvi que ia assistir Doctor Who… na verdade eu não “decidi” assim, de caso pensado e totalmente planejado. Eu simplesmente abri a conta que eu resovi ter no Netflix e vi que as três… primeiras(?) temporadas da série estavam disponíveis. E como é uma série que um monte de gente sempre fala, que está há décadas sendo feita e refeita, e né, é motivo de piada em Community… por que não ver?

A verdade é que eu já queria assistir Doctor Who desde 2006, acho, nos idos em que as pessoas baixavam tudo em .rmvb pelo IsLife e achavam lindo (resgatei, hein?). Mas na época eu achava muita coisa acompanhar Lost, House e Two and a Half Men (só olha a diferença da minha vida agora no orangotag), então fui deixando de lado. Por que, né? Mas sempre achei que podia ser uma série legal de se acompanhar.

Tá certo que, por enquanto, não estou achando Doctor Who essa coisa genial toda não. É legal? É. Digna? Olha… tem seus lados. Mas é aquilo, é uma produção britânica para TV, vai ser estranho. Eu estava preparada para o estranho. Para o nonsense. Para o humor britânico que tão clichemente (existe esta palavra?) é dito “para poucos”. O negócio é que eu não imaginava que ia ser tão, tão kitsch.

A produção é tão, mas tão ruim que fica boa. É tudo tão B, tão tosco, tão mal feito que dá um charme, sabe? São coisas de papelão, isopor, efeitos especiais no nível de duas, três décadas atrás. Eu poderia bancar a espertalhona e dizer que não, nada disso importa porque o roteiro é fenomenal e a construção dos personagens bla bla bla…

De verdade, o roteiro é ótimo. O texto é muito bom, tudo se amarra, mas é aquilo – não é genial. É bom, é britânico, etc. O que funciona é que essa tosquice da produção consegue se amarrar com o texto, com as atuações, com a temática… tudo colabora pra ficar cool – e não num sentido hipster da coisa (talvez um pouquinho). É legalzinho mesmo. Você embarca junto do dóctah nas viagenzinhas na maionese e de repente tá lá, torcendo pros aliens que soltam pum explodirem quando jogarem picles em conserva na cara deles.

No fundo, não tem MESMO outra palavra que defina esta série. Kitsch é kitsch. É B, mas é bom. Não é tosco de ruim, é tosco de ruim que fica bom. E isso que eu nem passei da primeira temporada – e nem vi os tão famosos episódios de natal.

Só acho uma pena que o Christopher Eccleston tenha durado apenas uma temporada (e pelo que eu li, foi com muito bababo e confusão que ele caiu fora hein, triste). mimimimimi.

Espero que os outros dóctahs sejam igualmente dignos.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Community - Foosball and Nocturnal Vigilantism (3x09)

Vou confessar algo a vocês: no episódio anterior a este, o Documentary Filmmaking: Redux, logo que eu apertei o play uma tímida micro-gota de lágrima ousou tentar escorrer pelas minhas bochechas. Motivo: disfunção emocional? Possível. TPM? Provável. Mas com certeza tinha a ver com o fato de ser o antepenúltimo episódio antes da pausa sem previsão de volta que a NBC declarou para a série. Uma tristeza só.

Desta vez nenhuma lágrima ousou tentar praticar bungee jump na minha cara, e o episódio foi igualmente ótimo. Totalmente redondinho, engraçado, fofo e digno. O epi teve duas tramas com cinco personagens: Shirley e Jeff na suposta trama principal sobre o trauma do pebolim; e Abed, Troy e Annie com o que eu acho a verdadeira história protagonista, o DVD do Batman (edição de colecionador) que a Annie quebrou sem querer. No fundo, nas duas histórias os personagens precisam se voltar aos seus “lados obscuros” – mas não tanto assim – para resolver a trama.

Há tanta coisa genial nesse episódio que fica difícil saber por onde começar. Eu, que sou igual ao Abed quando se trata do bátima (ok, não tenho a fantasia), achei essa parte toda muito linda. A hora que a Annie pisa no DVD, eu fiz exatamente a mesma cara que o Troy faz quando vê o que ela fez. Quem não faria?? Gente, é o bátima, é um steelbook, é de colecionador, e teoricamente tem até o Christian Bale falando especialmente com você nos comentários!!!… me contorci toda, nem nego.

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Aqui, Abed assume o “literal” lado das trevas, Annie deixa de lado a doçura e faz de tudo para escapar da culpa e Troy, de certa maneira, trai o amigo ao não contar o que realmente aconteceu. No fim, é claro que tudo dá certo, todos se entedem e o conflito termina fofíssimamente. A zoação com o filme na verdade se repete, é só lembrar do primeiro episódio de halloween lá na primeira temporada. Mas Annie tentando fazer a voz forçada do Bale como bátima… Abed vestindo novamente a fantasia e assumindo ainda mais o personagem… E a hora que ele vai descer pelo gancho? Eu nem tenho palavras pra descrever a cena. Quando Community resolve “homenagear” alguma coisa, eles fazem direito – eu digo mais, ele fazem perfeitamente. Até quem odeia os filmes e o personagem vai achar ótimo.

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A parte do pebolim, pra mim, foi menos empolgante – mas fica difícil competindo com o cavaleiro das trevas. Quando a Shirley demonstra que é ótima no jogo, deixando o Jeff de queixo caído, e ainda sai dizendo “You don’t know me!”, só lembrei de uma entrevista que eu li com o Dan Harmon em que ele assumia na época que não sabia quem exatamente era a Shirley. Pra ele, era apenas uma mulher negra com uma bolsa grande. E qual a melhor maneira de se descobrir quem uma pessoa “realmente é” se não pelo seu lado negro? E, no caso do Jeff, que já vive neste lado mais obscuro, que tal mostrar a fragilidade da pose toda com sua origem?

Apesar de ser forçado colocar Jeff e Shirley nessa vibe Lost “nós nos encontramos no passado, nossas vidas se cruzam, o que importa são as pessoas”, não consigo mensurar a maestria com que foi colocada a piada do anime. Eu não sou fã do gênero, mas acreditem, conheço muitos deles e aqueles poucos frames captaram toda a essência da coisa. Animes geralmente usam coisas ~bobinhas~ como, por exemplo, um jogo de cartas ou bichinhos fofos (Yu-Gi-Oh e Pokémon, só pra falar os mais óbvios aqui) para gerar um conflito que cresça a níveis exorbitantes e espelhe o exagero máximo do caráter emocional dos personagens. Transferir a cena do “acerto de contas” entre Shirley e Jeff na mesa do pebolim para os traços do anime (e até surgiu um bichinho “fofo” ali no meio da cena!), é fazer a piada e usar do recurso, tudo muito perfeitamente.

bichinho

Sem contar as piadas com estrangeiros x estado-unidenses, futebol e torcedores “europeus”, o fato da história do dvd do Batman com os comentários já ter aparecido em episódios anteriores (o Abed cita isso vagamente há alguns episódios, talvez até na temporada passada, não lembro bem), as piadas que colocaram Britta e Pierce na história (fraquinhas, mas ainda assim estavam lá), o policial que é o mesmo do episódio Conspiracy Theories and Interior Design que relembra o caso do episódio, enfim. Um episódio redondinho, muito bem feito e devidamente engraçado.

E claro, o final.

Leonard é um caso à parte. Só leiam a mensagem final do vídeo dele.

leonard likes pizza
clica que aumenta!

 

E tem gente que não assiste Community.