segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Doctor Who… what? No, when. -q

Gente.

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Quando eu resolvi que ia assistir Doctor Who… na verdade eu não “decidi” assim, de caso pensado e totalmente planejado. Eu simplesmente abri a conta que eu resovi ter no Netflix e vi que as três… primeiras(?) temporadas da série estavam disponíveis. E como é uma série que um monte de gente sempre fala, que está há décadas sendo feita e refeita, e né, é motivo de piada em Community… por que não ver?

A verdade é que eu já queria assistir Doctor Who desde 2006, acho, nos idos em que as pessoas baixavam tudo em .rmvb pelo IsLife e achavam lindo (resgatei, hein?). Mas na época eu achava muita coisa acompanhar Lost, House e Two and a Half Men (só olha a diferença da minha vida agora no orangotag), então fui deixando de lado. Por que, né? Mas sempre achei que podia ser uma série legal de se acompanhar.

Tá certo que, por enquanto, não estou achando Doctor Who essa coisa genial toda não. É legal? É. Digna? Olha… tem seus lados. Mas é aquilo, é uma produção britânica para TV, vai ser estranho. Eu estava preparada para o estranho. Para o nonsense. Para o humor britânico que tão clichemente (existe esta palavra?) é dito “para poucos”. O negócio é que eu não imaginava que ia ser tão, tão kitsch.

A produção é tão, mas tão ruim que fica boa. É tudo tão B, tão tosco, tão mal feito que dá um charme, sabe? São coisas de papelão, isopor, efeitos especiais no nível de duas, três décadas atrás. Eu poderia bancar a espertalhona e dizer que não, nada disso importa porque o roteiro é fenomenal e a construção dos personagens bla bla bla…

De verdade, o roteiro é ótimo. O texto é muito bom, tudo se amarra, mas é aquilo – não é genial. É bom, é britânico, etc. O que funciona é que essa tosquice da produção consegue se amarrar com o texto, com as atuações, com a temática… tudo colabora pra ficar cool – e não num sentido hipster da coisa (talvez um pouquinho). É legalzinho mesmo. Você embarca junto do dóctah nas viagenzinhas na maionese e de repente tá lá, torcendo pros aliens que soltam pum explodirem quando jogarem picles em conserva na cara deles.

No fundo, não tem MESMO outra palavra que defina esta série. Kitsch é kitsch. É B, mas é bom. Não é tosco de ruim, é tosco de ruim que fica bom. E isso que eu nem passei da primeira temporada – e nem vi os tão famosos episódios de natal.

Só acho uma pena que o Christopher Eccleston tenha durado apenas uma temporada (e pelo que eu li, foi com muito bababo e confusão que ele caiu fora hein, triste). mimimimimi.

Espero que os outros dóctahs sejam igualmente dignos.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Community - Foosball and Nocturnal Vigilantism (3x09)

Vou confessar algo a vocês: no episódio anterior a este, o Documentary Filmmaking: Redux, logo que eu apertei o play uma tímida micro-gota de lágrima ousou tentar escorrer pelas minhas bochechas. Motivo: disfunção emocional? Possível. TPM? Provável. Mas com certeza tinha a ver com o fato de ser o antepenúltimo episódio antes da pausa sem previsão de volta que a NBC declarou para a série. Uma tristeza só.

Desta vez nenhuma lágrima ousou tentar praticar bungee jump na minha cara, e o episódio foi igualmente ótimo. Totalmente redondinho, engraçado, fofo e digno. O epi teve duas tramas com cinco personagens: Shirley e Jeff na suposta trama principal sobre o trauma do pebolim; e Abed, Troy e Annie com o que eu acho a verdadeira história protagonista, o DVD do Batman (edição de colecionador) que a Annie quebrou sem querer. No fundo, nas duas histórias os personagens precisam se voltar aos seus “lados obscuros” – mas não tanto assim – para resolver a trama.

Há tanta coisa genial nesse episódio que fica difícil saber por onde começar. Eu, que sou igual ao Abed quando se trata do bátima (ok, não tenho a fantasia), achei essa parte toda muito linda. A hora que a Annie pisa no DVD, eu fiz exatamente a mesma cara que o Troy faz quando vê o que ela fez. Quem não faria?? Gente, é o bátima, é um steelbook, é de colecionador, e teoricamente tem até o Christian Bale falando especialmente com você nos comentários!!!… me contorci toda, nem nego.

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Aqui, Abed assume o “literal” lado das trevas, Annie deixa de lado a doçura e faz de tudo para escapar da culpa e Troy, de certa maneira, trai o amigo ao não contar o que realmente aconteceu. No fim, é claro que tudo dá certo, todos se entedem e o conflito termina fofíssimamente. A zoação com o filme na verdade se repete, é só lembrar do primeiro episódio de halloween lá na primeira temporada. Mas Annie tentando fazer a voz forçada do Bale como bátima… Abed vestindo novamente a fantasia e assumindo ainda mais o personagem… E a hora que ele vai descer pelo gancho? Eu nem tenho palavras pra descrever a cena. Quando Community resolve “homenagear” alguma coisa, eles fazem direito – eu digo mais, ele fazem perfeitamente. Até quem odeia os filmes e o personagem vai achar ótimo.

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A parte do pebolim, pra mim, foi menos empolgante – mas fica difícil competindo com o cavaleiro das trevas. Quando a Shirley demonstra que é ótima no jogo, deixando o Jeff de queixo caído, e ainda sai dizendo “You don’t know me!”, só lembrei de uma entrevista que eu li com o Dan Harmon em que ele assumia na época que não sabia quem exatamente era a Shirley. Pra ele, era apenas uma mulher negra com uma bolsa grande. E qual a melhor maneira de se descobrir quem uma pessoa “realmente é” se não pelo seu lado negro? E, no caso do Jeff, que já vive neste lado mais obscuro, que tal mostrar a fragilidade da pose toda com sua origem?

Apesar de ser forçado colocar Jeff e Shirley nessa vibe Lost “nós nos encontramos no passado, nossas vidas se cruzam, o que importa são as pessoas”, não consigo mensurar a maestria com que foi colocada a piada do anime. Eu não sou fã do gênero, mas acreditem, conheço muitos deles e aqueles poucos frames captaram toda a essência da coisa. Animes geralmente usam coisas ~bobinhas~ como, por exemplo, um jogo de cartas ou bichinhos fofos (Yu-Gi-Oh e Pokémon, só pra falar os mais óbvios aqui) para gerar um conflito que cresça a níveis exorbitantes e espelhe o exagero máximo do caráter emocional dos personagens. Transferir a cena do “acerto de contas” entre Shirley e Jeff na mesa do pebolim para os traços do anime (e até surgiu um bichinho “fofo” ali no meio da cena!), é fazer a piada e usar do recurso, tudo muito perfeitamente.

bichinho

Sem contar as piadas com estrangeiros x estado-unidenses, futebol e torcedores “europeus”, o fato da história do dvd do Batman com os comentários já ter aparecido em episódios anteriores (o Abed cita isso vagamente há alguns episódios, talvez até na temporada passada, não lembro bem), as piadas que colocaram Britta e Pierce na história (fraquinhas, mas ainda assim estavam lá), o policial que é o mesmo do episódio Conspiracy Theories and Interior Design que relembra o caso do episódio, enfim. Um episódio redondinho, muito bem feito e devidamente engraçado.

E claro, o final.

Leonard é um caso à parte. Só leiam a mensagem final do vídeo dele.

leonard likes pizza
clica que aumenta!

 

E tem gente que não assiste Community.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Cartier-Bresson devia ser forever alone

henry cartier-bresson

Hoje eu estava pensando que amanhã, não importa o que aconteça, chuva-sol-neve-tempestade-apocalipse zumbi, eu vou sair e fotografar um pouquinho de “cotidiano”; talvez continuar dois projetos random que eu tô fazendo esporadicamente e tal. Obviamente pensei, oh, vou fazer uma chamada, ver se alguém me acompanha!

Pois é, mas daí eu repensei. Sabe que eu prefiro fotografar sozinha? Pode ser costume da foreveralonisse, mas sinceramente me sinto mais livre ao sair sem ninguém pra fotografar gente random na rua (de dia. em lugares movimentados. hehe).

Quando tem outra (ou outras) pessoa(s) junto, fica estranho. Primeiro, todo mundo tem um olhar diferente, então vai todo mundo pra cada lado. Segundo, é quase autista: todo mundo se reune, mas, no fim, fica todo mundo fechado no seu mundinho atrás da lente. Terceiro: PESSOAS BOCÓS.

Porque sempre tem um idiota que não se aguenta. O cara não tem imaginação nenhuma, e fica passando o radar em todos os que estão fotografando. Se ele vê alguém em uma pose aleatória, vai lá e tenta repetir a mesma fucking foto. Pior ainda se você sair somente com esta pessoa (ou até pessoas), e daí fica aquela tensão de tentar tirar a foto escondido – ou então ver o bocó repetindo a sua foto sem poder falar nada.

Porque ai de você se criar bafão. COMO ASSIIMM POR ACASOO VC PATENTEEOOUU A PAISAAGEEMM?? COMO ASSIIMM POR ACASO A IDÉIA DESSA FOTO SÓ PODE TER SIDO SUAA?? COMO ASSIMMM MENTES GENIAIS PENSAM IGUAAALL

Argh.

henry cartier-bresson 2E o cara que se acha o artista? São os hipsters do tumblr. O cara fica tirando foto de postes, calçada suja, do próprio pé, de folhinhas. Claro, tem foto que fica boa, mas o problema é: WHY???? As pessoas só fotografam isso hoje porque se tornou ~~bonito~~ fotografar o que é pra ser ~~feio~~. Amigo, pode até ser, mas vê se arranja um discurso melhor pra isso. Fotos bonitas de coisas sujas qualquer um faz, mas fotos bonitas COM CONTEÚDO, ahh. Não tem tumblr que resolva.

Sem contar os truques da pós. O infeliz sai, tira foto de qualquer jeito, fica com o dedo travado no disparador, volta pra casa com 2000 fotos em 1h da caminhada e daí escolhe uma e JOGA UM ACTION ~RETRÔ~ NO PHOTOSHOP. É o mesmo problema do instagram: o cara tira foto de qualquer coisa, QUALQUER COISA, mas só porque tem o efeitinho meio lomo, pronto. Estamos diante de uma obra de arte.

É claro que pra tudo isso tem exceção. Tem gente que é legal sair pra fotografar, porque tem fotos que funcionam se tiver uma ajudinha de alguém (strobist ftw!), ou também às vezes você faz a foto da sua vida, mostra pro seu colega e ele abre seus olhos te impedindo de virar um hipster do tumblr.

Mas em suma, não.

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Medexa sozinha cos meus home e água na rua.

domingo, 13 de novembro de 2011

Dexter 6x06: “Just Let Go”

Dexter virou House.

Digo isso porque 1) a série já tá meio enjoadinha e 2) caiu na repetição tentando “não se repetir”.

No começo desta temporada, no primeiro episódio eu já vi: o conflito seria Dexter x Religião + filho. Ele encontraria o assassino do apocalipse, teria uma crise moral no meio do caminho mas, com certeza, mataria o cara no episódio final. E não é que é exatamente isto que está acontecendo?

Mas, assim como Dexter virou House, Dexter virou House.

É repetitivo? É sim. Já dá pra sacar que nunca vai ser lúpus? Pois é, o Dexter sempre vai pegar o assasino no final. Mas agora a gente senta, relaxa, e apenas observa como a coisa toda vai se desenrolar. É o entretenimento do cérebro totalmente estático: você sabe o que vai acontecer, só quer ver mesmo a coisa desenrolar.

morre deabo!

Tipo esse último epi. Dexter nunca iria sucumbir à luz do Sam e suas palavras de perdão. Ele até tenta, como em toda temporada tenta algo diferente para lidar com o tal “passageiro das trevas”, mas não adianta. É o Dexter. Vai lá, pensa no filho e a luuuzz e, no fim, mata o cara. (OOPS, SPOILER TOO MUCH? problem?). A diferença, desta vez – que na verdade não passa da tentativa de sair da mesmice caindo na mesmice – foi que ao invés do velho papai-aparição surgir pra dar lição de moral, sua consciência puxou o falecido irmão Ice-Truck killer (que eu vou deixar em inglês porque.. “assassino da van de congelados”? cejura?).

E por que mesmice? Porque só trocaram uma aparição boazinha pela aparição malvadinha.

oi, sou o diabinho do seu lado esquerdo, o anjinho saiu de férias

Mas enfim, só acho que acrescentar ainda isso talvez seja demais pra série. Já basta religião, filho, assassino com cúmplice e historinha paralela da Deb. Encher de mais lorotas talvez atrapalhe um pouco o marasmo cerebral necessário pro entretenimento…

(e, pelo preview do episódio de hoje, vai voltar o trinity killer. que dafuq mano, vamos parar de inventar coisas?? mas enfim, estamos no aguardo do epi pra daí sim falar mal. vamos fingir que é uma… “questão de ética”. heh.)

sábado, 12 de novembro de 2011

Fringe 4x05: “Novation”

Bom, vamos começar com Fringe.
y u no
Essa deve ser a pergunta de 11 entre 10 desesperados que assistem Fringe. Afinal, que mer droga é essa? Neste último episódio ele mal apareceu. Ficamos mais com o draminha do pobre Walter e toda a culpa que carrega.

Sinopse rápida para espectadores preguiçosos: Peter voltou, ok. É levado para interrogatório, mas só fala com Walter – o que não funciona; Walter é um homem cheio de culpas devido à suposta morte do filho há 25 anos atrás, e não o aceita – nem mesmo para ajudar. Ainda assim, Peter ajuda Broyles e Olivia a decodificar a “memória” de um dos novos shapeshifters indetectáveis e consegue localizá-los. “Uma” deles sequestra um cientista que é capaz de consertar o defeito da pele transparente – o que ele acaba fazendo –, e no final ela se comunica com alguém via uma máquina de escrever que, pelo jeito, também envia mensagens para outro universo.

Aliás, essa história do novo Walter é uma das coisas que me faz acreditar que o universo em que o Peter existia acabou junto dele (além da abertura laranja… oras!! e shapeshifters diferentes, máquina de escrever random diferente...). Essa nova linha do tempo parece muito estranha: o universo parece não ter apenas se adaptado às faltas que o Peter fez, mas sim se recriou inteiro – virando outro. E agora o Peter-Paradoxo sobrou, e sabe-se lá onde isso vai parar.

Ou talvez o universo digivoluiu pra isso daí que a gente tá vendo. Lincoln vira o novo Peter, Olivia vira filha adotiva da Nina Sharp e o Walter vira esse homem todo quebrado (e o Peter-Paradoxo continua sobrando, coitado). E estes novos shapeshifters são, na verdade, cria de um terceiro universo – em que a mesma “trupe” levemente diferente observou toda a guerrinha e quase destruição do mundo e, agora, resolveu acabar com a coisa toda antes que tudo vá pro espaço.

Ou não.

A coisa curiosa que denota um novo “fim do mundo por conta das ações do Walter” é aquela pequena cena no final do episódio, em que Olivia recebe duas vezes o mesmo arquivo da tal agente. A linha do tempo estaria “quebrada”? O Peter-Paradoxo e o Observador Bonzinho agora são os responsáveis por tudo desmoronar – e é isto que o povo do terceiro universo descobriu e quer consertar com estes shapeshifters humanos?

Sei lá.

Fringe é bom por causa disso: é confuso, mas não tão dafuq quanto era Lost. De repente eles até explicam isso tudo, né não? Smiley de boca aberta

Mas também tem coisas estúpidas, tipo: Peter descobre que os shapeshifters versão 3.0 agora podem se transformar em qualquer um e são completamente indetectáveis – e NINGUÉM avisa Olivia e Lincoln quando eles vão prender o maldito/a maldita que sequestrou o cientista. E OBVIAMENTE o tal/a tal shapeshifter escapa da maneira mais óbvia deste universo (mentira, de TODOS os universos).

valeu, hein

Mas, tudo bem. A gente deixa ter este tipo de furinho no roteiro.

Desde que não comece a virar o maior auê da história.

Olivia continua com medinha do Peter e toda se querendo pro Lincoln; Lincoln de repente tem dor-de-cotovelo porque não é mais o queridinho da Fringe, já que Peter-Paradoxo roubou as atenções; Walter, ah que dó, todo sofrendo pela culpa de “ter matado” duas vezes o mesmo filho; Astrid é a Astrid e o Broyles é o Broyles, e o Peter....

Peter, forever alone

…forever alone.

Eu só sei que quero ver o “outro” universo logo, que esse povo todo esquecido tá me dando um pouquinho nos nervos.

E tenho dito. Oras.



(primeiro texto escrito depois de DÉCADAS sem escrever NADA. relevem. :B)

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

EU VOLTEEEII, AGORA PRA FICAR (ou será que não?)

Pois é.

A pessoa aqui resolveu que a vida estava muito chata, muito monótona e… COMO PIORAR, NÃO É MESMO?

Então resolvi voltar com isso. De novo.

Dessa vez vou tentar não deletar todas as imagens sem querer no Google+, nem tentar falar muita besteira (AHAM). Mas, em resumo, vou falar mais de séries do que qualquer coisa. Talvez filmes.

É que eu ando tão atrasada com as minhas séries que precisava de algum tipo de pseudo-obrigação pra me fazer assistí-las. Então cá estou, mais uma inutilidade neste universo.

Aguardem pitacos idiotas de:

bones_1comm_1fringe_1grimm_1person_1super_1dex_1gossip_1chuck_1pp_1

Pois é.

E essa é a hora que vocês acreditam.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

PORRA COMO EU ESCREVIA BEM EM 2005

Sério, sinto que eu agora virei uma merda sem tamanho.
Preciso voltar a escrever desse jeito, gente, sério.



Eu já pensei em muita coisa para se escrever a respeito.

Do momento em que senti meu chão indo para longe de mim, ou do momento em que todos meus planos e ideais foram jogados pela janela, ou do instante em que minhas estruturas rígidas e bem cimentadas começaram a ruir.

Eu tive o ímpeto de encher isso de palavrões, frases de efeito, talvez palavras subjetivas. Do primeiro dia até aqui, eu pensei e muito. Observei, calculei, planejei. E sempre com os olhos para um texto que representasse tudo o que eu sentia, ou o que eu queria mostrar que sentia, ou algo para camuflar todo o sentimento.

Medo. Agonia. Ranger de dentes... desesperança, infelicidade. Medo. É tanta coisa que ronda esses sentimentos que, depois de tanto pensar, eu vi que não havia por onde começar. Foram tantos baques em minha direção, e eu, como uma joana boba, ia voltando. Voltando. Voltando. Sempre voltando, com aquela ínfima e desprezível sementinha de esperança.

Não sou burra, analisei hipóteses. Eu? Eles? O mundo? Não sei. Não tenho forças para pensar. Pensei demais... as forças vão se esvairindo, lentamente, como uma tortura infinita. Mas, ora, não é isso que vai me vencer. E brota aquela ínfima e desprezível semente, e dela todo o meu mal floresce, e assim eu fico neste estado deplorável.

Eu não sei o que dizer. Não sei se o chorar não foi um alerta vermelho do meu ser, ou se foi apenas uma reação boba de uma menina que não sabe nada da vida. Vontade de esmurrar mesas, de jogar as coisas no chão, encher isso de palavrões... depois, de frases de efeito, lições de vida... ou talvez apenas um amontoado de letrinhas que não signifiquem muito a um primeiro olhar.

Não sei o que houve comigo. Com tudo. Eu perdi o controle... o trem anda desgovernado, e eu sinto que se não pular, há um declive logo a frente e dele eu não escaparei.

A decisão, desta vez, foi racional. O emocional se rendeu. E isso deve ser levado em conta.

O que fazer agora, eu não sei. O que faz um joão bobo quando se firma no chão?

Perde seu objetivo? Transforma-se?

Tenho medo do que o tempo dirá. Mas entre o tempo, suas incógnitas, e todo o pânico...


Eu não sei...




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NÃO TO CERTA??
OLOCO.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Brainstorm da madrugada

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O quanto uma pessoa pode mudar seus valores? Por quanto nós pensamos em fazer um desvio, uma curva na tão sisuda e correta linha moral?

Para que, afinal, nos mantemos em nossos valores? Para onde iremos com todo esse valimento ético?

Certas decisões são cruciais. As coisas que fazemos marcarão para sempre nossa alma. Decisões sempre, sempre difíceis. Ponderar sempre é correr riscos.

Quais as chances de seus valores estarem errados? Quais as chances de seus valores serem maleáveis? Não há regras para a particularidade. Você tem o que quer, faz o que deseja, decide como pensa.

É o momento de parar e pensar o que está em jogo. Se depois de tudo serei capaz de andar pelas praças e sentir o vento em meu rosto sem nenhuma mágoa. Se poderei olhar para o universo com o canto de olho sem sentir a reprovação me cortando de volta. Se meu estômago se manterá em seu lugar.

É, talvez, o momento de sair de cima da linha. Algo que, dificilmente, terá volta.

terça-feira, 26 de abril de 2011

A máquina de escrever e o paradoxo dos esmaltes

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Como eu bem disse no post anterior, só comecei a usar esmaltes pra dar uma chance ao meu lado menininha em meio a todo o caos que eu passava (e passo). Só que eu percebi agora o quanto isso está às avessas. Por que, no momento que eu mais deveria roer unhas de nervoso, estou aqui me impedindo pra não estragar as garrinhas.

Minha mão sempre foi muito, muito feia. Não estou exagerando não, galerinha. Quando eu era criança, minha mãe tinha uma máquina de escrever super vintage, que ela usava lá nos anos 60, quando ainda trabalhava com uns banqueiros todos metidos a besta. Claro que depois disso ela deixou de ser “escriturária”; subiu na vida, passou em concursos, virou chefe, etcs. Mas a máquina, que ela comprou pra treinar em casa a datilografia, ficou aqui.

E meus olhinhos cintilavam quando viam aquela grande máquina vermelha brilhante cheia de teclas, que fazia um barulho muito gostoso quando eu macetava tudo quando tentava escrever coisas que eu nem imaginava por onde começar. Aliás, tudo que eu mais queria naquela época era aprender “as palavras” pra finalmente escrever, e consequentemente,  usar a máquina vermelha barulhenta.

Mas tem um porém nessa máquina maravilhosa: as teclas. Eram duras, espaçadas, e meus dedinhos não eram os mais gordos e nem eu a mais precisa. Po, eu tinha uns 3 – 4 anos. Então, TODA VEZ eu enfiava o dedo no meio das teclas. Quem nunca sentiu isso não faz idéia. Doía pra c*r*lho, arrebentava minhas cutículas, estourava a unha e como meus ossos ainda eram molinhos… entortou meus dedos.

maosmao

Só que eu nunca me arrependi. Sério… era o ponto alto do dia. Eu roubava a máquina do quarto da minha mãe quando ela ia trabalhar, e, enquanto minha vó ficava cuidando do jardim, carregava pro meu quarto - aquela poha era pesada pra cacete, haha. Sentava no chão, colocava a máquina de escrever num banquinho e começava a porrada das teclas. Elas me venciam sempre, me machucavam, mas eu me divertia demais. O barulho, o fato de ser algo antigo da minha mãe, a cor, a mágica de apertar os botões e sair uma varetinha de metal específica em direção ao papel cuidadosamente colocado naquele estranho rolo que girava sozinho e ia de lá para cá quando eu apertava uma tecla…. coisa linda.

Minha mãe deu essa máquina pra uma prima minha quando eu ainda era criança, sem me avisar, porque ela precisava de algo pra escrever trabalhos da escola e eu só estava brincando com uma coisa séria.

Em um mês a garota não queria mais, e a mãe dela (minha tia) jogou essa maravilhosa fábrica de alegrias da minha infância no lixo, por ser uma “velharia inútil”.

…É.

Por toda minha infância – e consequentemente, adolescência – eu não me importei com a aparência das mãos. Tudo que me importava era viver algo, construir algo, ter alguma experiência, essas coisas todas. Elas sempre foram bem deixadas de lado, eu nem me importava por meus dedinhos serem tortos, ou por roer as unhas (talvez só em alguns momentos mais formais)… e agora que as coisas estão difíceis, complicadas, tão enroladas que eu mal consigo sair desse emaranhado de problemas, dou uma atenção como nunca tinha visto.

Já não lavo a louça se acabei de fazer as unhas (só com luvas), parei de roer, penso duas vezes antes de descolar adesivos de embalagens – aliás, abrir embalagens em geral virou dilema. E curiosamente esse cuidado todo tem me deixado mais nos “eixos”. É um tipo de atividade mecânica que me distrai enquanto rearranjo todos meus pensamentos complicados.

Mas verdade seja dita. Se aquela máquina lindinha vermelha surgisse novamente em minha frente, eu sinceramente largava o pote de Halley’s Comet no chão e ia lá brincar de escrever. :)

maquina

Certeza.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Delineador

delin

Minha história com maquiagem é meio hipócrita (ui!).

Quem me conhece desde minha aborrecência sabe que eu sempre fui muito contra essa coisa de ficar se emperequentando. Eu vivia dizendo que

“isso de pintar a cara, usar salto e ficar se embelezando é tudo uma máscara ridícula social que nada mais é como um pavão que abre as asas tentando acasalar, argh! e o pior, ao menos no mundo animal irracional esse papel é dos homens; no nosso são as mulheres que se expõe ao ridículo!!”

Fato.

Até hoje eu acho isso uma verdade, viu. Boa parte das garotinhas (que eu geralmente chamo de “garotas sorriso”) só pensa em cosméticos por conta do que os machos-alfa vão notar nelas. Aí junta essa coisa desesperada por sexosexosexo com uma tremenda falta de personalidade, e o que se vê? Um bando de garotas idênticas andando de lá pra cá em baladas com suas partes expostas buscando um macho-alfa que as aceite.

Tsc.

Mas hoje, eu, de certa maneira (hipócrita), resolvi adotar algumas dessas coisas fúteis de emperequetamento. Obviamente não pelos mesmos motivos… mas…

Deixa eu explicar, do começo. Nos últimos anos eu passei por muito problemas difíceis de lidar, e minha vida estava (ainda está, na verdade), uma droga. Quando eu finalmente tive um sopro de ânimo, resolvi que alguma mudança precisava ser feita pra virar o jogo. Como eu tenho convicções muito fortes, difíceis de mudar (cabeça-dura define), escolhi aquela que era mais fácil tentar. A mais “externa”, a mais fútil, a mais sem maiores propósitos. E logo eu, a sempre tão revoltada, do contra, que soa ali em cima como uma feminista desenfreada, resolvi que podia haver vida inteligente na maquiagem. (oh!)

Durante um ano eu investi pra caramba em coisas que eu nem imaginava que existiam só pra trabalhar minha auto-estima: descobri que existe uma infinidade de pincéis diferentes pra passar sombra, quando antes eu imaginava que a esponjinha resolvia tudo. Tentei ver qual era a do rímel (máscara para cílios, para as que insistem em falar lâmina de barbear ao invés de gillette), mas eu sinceramente nem consegui passar, além de duas vezes em que fui em festas chiques (Deus me deu cílios que funcionam, bjs). Corretivo até aprendi a usar, descobri que com ele meu rosto não assusta mais tanto as pessoas pela manhã. Mas o resto… nem consegui tentar usar. Ou eu me sentia uma palhaça, ou era um esforço tão descomunal que não valia a pena.
(Easter egg: quando eu fazia jornalismo sempre achava um absurdo e ficava chocada que, a aula sendo 7 da manhã, tinha garota que acordava duas horas antes da hora que podia acordar só pra passar por todo esse processo infame de base, corretivo, corretivo 2, blush, iluminador, sombra, lápis, delineador, lápis de boca, batom, gloss).

As únicas coisas que assumi são batom e esmalte – mas definitivamente não da maneira que a “garota sorriso” (um dia faço um post sobre a “garota sorriso”) usaria. Tenho esmalte bizarro e batom azul. Definitivamente normalidade não está no pacote.

Mas meu mundo, depois de uma leve erguida, voltou ao cocô. E eu vi que essas coisas podiam me dar um pouco de auto-estima, mas não era isso que eu estava precisando. Eu precisava de algo que me ajudasse e enfrentar os problemas.

Foi quando eu tentei enxergar outras maneiras de se usar a maquiagem… o óbvio é investir em machos-alfa. Há também quem trabalhe sua auto-estima, e aqueles que veem o rosto como uma tela de pintura. Mas o que eu assumi, aquilo que eu vi foi que, em tribos indígenas, a pintura do corpo e rosto está relacionado com luta, guerra, e por fim comemoração.

E foi nisso que eu investi.

Era preciso dar uma guinada, sair dessa, tentar lutar. Já faço tudo o que eu posso, mas precisava de um incentivo, uma máscara que pulsasse em mim uma adrenalina mais que necessária, uma força de vontade maior que a que eu poderia conseguir por mim, enfim… uma pintura de guerra.

E eis que, finalmente, decidi pelo delineador.

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É claro que é um tipo de futilidade. Sim, ajuda minha auto-estima ao ver meus olhos mais bonitinhos. E certamente o macho-alfa (ou pelo menos um desavisado) vai notar. Aí está um pouco de minha hipocrisia…

…mas o que importa é que, para mim, sempre que eu preciso me envolver em algo relacionado ao meu trabalho, ao meu futuro, algo difícil de lidar, lá estarão essas duas tirinhas de tinta preta em minhas pálbebras. É bobo, fútil, incomparável com pinturas indígenas pela discrição que tem – e provavelmente não significa a mesma coisa para mais ninguém.

Mas é o que eu tenho pra hoje.

Até que eu consiga dar um jeito em todo o cocô na minha vida, vai ser assim que vai ser.

Desisto.

mao

Eu nunca vou conseguir ir para frente. Não adianta… não faz diferença nenhuma pensar diferente neste mundo.

Como eu não consigo me alavancar porque infelizmente eu não tenho ego, não tem jeito. Eu posso sofrer como uma poetiza romântica que o que vai acontecer é todos olharem para mim e seguirem suas vidas. Não que eu quisesse atenção por conta do sofrimento, acho patético quem resolve aparecer com isso. O problema é a atenção que eu queria antes de sofrer.

Já perdi muitas de minhas convicções ao longo desses anos, mas algumas sempre se mantiveram firmes. Não acho que isso vá durar. Eu vejo que não adianta nada distinguir certo de errado se o que basta nesta vida é você fingir que é excelente; fazer um trabalho errado mas se achar de tal maneira que todo mundo, absurdamente burro, vai acreditar que é verdade seu talento. Soma-se a isso toda aquela coisa de puxa-saquismo do post anterior e você tem um sucesso instantâneo.

O problema é que é do meu jeito de ser nunca acreditar em mim mesma. Desistir de fazer as coisas por prever que não ficarão perfeitas, ou pelo menos aceitáveis (no meu conceito). Antes eu achava isso bom… hoje eu vejo que não adianta. Não adianta tentar sempre dar o melhor de si. O que é preciso, pelo jeito, é se munir de sangue frio, uma cegueira doentia e um ego maior que uma estrela de primeira grandeza. Enxergar qualquer trabalho fraco como a última bolacha do pacote, e usar todo seu charme, petulância, carisma e mais armas que munem o ego para vender o peixe podre. E as pessoas, por incrível que pareça, vão comprar como o melhor dos bacalhaus portugueses.

Eu achava que quando diziam “acredite no seu trabalho” a significação era para sempre buscar o seu melhor, evoluir, corrigir os erros e etcs. Mas nem era… só bastava fingir. O bom e velho caminho fácil tem mais chances de levar ao sucesso que o caminho difícil do crescimento verdadeiro.

Mas, enfim, eu não consigo ser desse jeito. Quando tentei impulsionar meu ego, recebi tantas represálias por “estar me achando” que sinceramente, vi que nem mesmo fingir algo assim eu consigo. E quando eu humildemente apresentei  algo que fiz, que achei finalmente estar de acordo com meus preceitos, vieram todas as críticas que nunca surgiram para os senhores do ego.

A verdade é que, pra mim, não tem solução. Pois eu não acredito em mim, ninguém há de acreditar em mim. Não sei ter essa maldita poker face que abre portas.

E, desta maneira, nunca vou conseguir ir pra frente.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

O puxa-saquismo

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Uma coisa que eu sempre fui contra, nunca fiz e tenho ódio de quem faz é o famigerado puxa-saquismo. Aquele ser lambe-bolasbotas, que rasga seda, baba ovos, bajula em atitude quase servil. argh

Olha, desde sempre eu vi isso acontecer ao meu redor, e sempre fui categórica: se é alguém que eu conheço, eu reclamo no ato. Aponto e digo que feio! sem o menor medo de parecer chata ou intrometida. Não dá, gente! Porque nesse mundo do puxa-saquismo, está tudo absurdamente errado.

Por exemplo, o que leva uma pessoa comentar com quatro mensagens diferentes no status de uma pessoa no facebook adjetivos diferentes e absolutamente pedantes (Influência Dali... Bom mesmo... Surreal… Lissérgico!)? O que leva alguém divulgar o trabalho de outra pessoa como a maior revolução deste universo e a melhor coisa produzida neste milênio, sendo que esse trabalho não é essa coca-cola toda? Por que é que algumas pessoas sentem gosto em puxar-sacos para alguns, e aí o que me dá nos nervos, quando encontram algo bom mas que não é dessa gente só dizem “hum legal”?

Já é uma sacanagem errada impulsionar ego alheio quando não se é merecido. Mas ignorar quando a coisa pode ter algum valor? Ou então ter uma visão mais crítica, apontar aqueles pequenos defeitos que ao se comparar com o objeto do saco puxado mal é notável?

O problema é que minha aversão toda a essa coisa de bolas lambidas me deixou em maus lençóis hoje em dia. Parece que, principalmente nas duas áreas que eu amo (fotografia e cinema), o QI não é aquela coisa de somente conhecer a pessoa e ser indicada por ser conhecida (dã). Tem que rolar uma mão muito lubrificada de uma parte para se conseguir ir pra frente. E o pior, isso é disfarçado como “amizade”, uma coisa que eu nem vou comentar aqui senão vai looonge...

…Tá, só um pouquinho: do que eu falo é o tipo de “amizade” que as pessoas não sabem nada mais além de uma e da outra do que o interesse permite. Não rola ajuda mútua, não tem compaixão, não tem um tipo de entrega que pelo menos eu espero de uma amizade. É tudo baseado em aparências: as pessoas se encontram, se relacionam publicamente em cima de assuntos superficiais e do interesse e, de repente, começa a lambeção. E surge a “amizade”. Onde?

Mas, voltando pra mim. Como eu sempre aponto e critico quando a coisa vai pra esse lado, as pessoas começam a pegar raivinha de mim. Primeiro pelo óbvio: eu escancaro logo aquele joguinho que faria alguém ali dar uma alavancada. Segundo: as pessoas não acham isso errado e me colocam como um MONSTRO TERRÍVEL QUE VÊ A MALDADE EM TUDO. Terceiro, todo mundo ali sabe o quanto isso é bunda, mas ninguém gosta de enxergar isso ou que exponham. Daí me colocam no saquinho da pessoa ruim sem noção que mostra a verdade que ninguém quer vê.

Talvez seja mesmo, mas infelizmente eu tenho essa coisa bem “errada” dentro de mim que não me deixa ficar quieta, de seguir certas convenções sociais bestas e, olha, eu sei que isso que vem me derrubando. Mas não vou mudar não.

Mas a questão é que, além disso tudo, até hoje num houve um que puxou meu saco. Não opinou a meu favor. É gente que não quer saber do meu trabalho e até me boicota! Não que eu seja uma gênia, poxa, assumo que sou ruinzinha. Mas que tem gente pior que eu indo pra frente porque fez um network safado e errado… ah tem.

E fica nisso. Eu tentando correr pelas beiradas desse terrível “acordo social” lambe-botas e só me fodendo com isso.

Ah, queria me adaptar melhor nesse mundo, viu.